A direção interina da Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique apresentou queixa ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) contra a antiga presidente da organização, Alice Mabota, por alegado desvio de fundos.
Segundo a queixa, Alice Mabota ordenou à responsável financeira da LDH, Teresa de Sousa, o pagamento de rendas fictícias por uma casa do seu marido, Marcolino Frederico Mahumane, entre Agosto de 2013 e Julho de 2014, quando a organização já tinha escritórios próprios.
O esquema fraudulento lesou a LDH em 14.400 dólares (11.672 euros), lê-se na queixa publicada pelo jornal moçambicano, que alude a outras irregularidades.
A antiga presidente da organização, que cessou funções em Novembro, após 25 anos no cargo, terá ainda mandado pagar 10.000 dólares em salários (8.100 euros) ao marido, sem que este fosse trabalhador da liga.
Por outro lado, em 2008, prossegue a denúncia, Alice Mabota e Teresa de Sousa apropriaram-se de cerca de 1,6 milhões de meticais da venda (21.350 euros) de um imóvel que haviam adquirido sob o pretexto de que era para a LDH.
A direcção interina da Liga acusa ainda a antiga presidente de ter vendido um outro imóvel da organização, no distrito de Marracuene, província de Maputo, doado pela ONG suíça Helvetas.
Pelo mesmo imóvel e antes da sua venda, Alice Mabota e Teresa de Sousa terão cobrado rendas indevidas no valor total de 540 mil meticais (7.205 euros).
Reagindo ao Savana, a antiga presidente da LDH qualificou as acusações como má-fé, assinalando que a organização está na posse de todo o seu património.
"Todo o património da liga foi devidamente registado e existe", acrescentou.
A Lusa tentou também contactar a ex-presidente da LDH, mas em sucesso.
Além de Alice Mabota, a direcção interina da associação apresentou queixa contra o marido e contra a responsável financeira da mesma.
Alice Mabota é a mais conhecida activista dos direitos humanos em Moçambique e é fundadora da LDH, da qual foi presidente durante 25 anos até ser destituída em Novembro do ano passado por alegada má gestão.
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