Afonso Dhlakama, de 65 anos, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), morreu esta quinta-feira, 3 de maio, avança a imprensa moçambicana e a imprensa internacional.
As informações, ainda muito escassas, e avançadas por fontes partidárias, estão a ser veiculadas através das redes sociais. Dhlakama vivia refugiado na serra da Gorongosa, no centro do país, desde 2016, tal como já o havia feito noutras ocasiões, quando se reacendiam os confrontos entre a Renamo e as forças de defesa e segurança de Moçambique. O líder era um homem controverso, mas incontornável na história do país.
Apesar de se autointitular "pai da democracia moçambicana", e para muitos simpatizantes ser o "Mandela ou Obama moçambicano", Afonso Dhlakama era igualmente visto como um "senhor da guerra".
Primeiro, moveu uma guerrilha contra o Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), com o apoio, que várias vezes assumiu publicamente, do apartheid, até 1992, ano do Acordo Geral de Paz (AGP), que encerrou 16 anos de guerra civil.
Todavia, o principal partido da oposição mantém um contingente armado que já se envolveu em vários ciclos de violência com as forças governamentais, principalmente após eleições.
Há poucos dias, a 17 de abril, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, confirmou que o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) estavam a finalizar um acordo para o desarmamento, desmobilização e reintegração dos seus combatentes nas forças de segurança.
"Conseguimos encetar um diálogo com o presidente da Renamo e através de contactos temos estado a construir confiança mútua, que até ao momento ajudou o nosso país a parar com a violência, mesmo que tenha sido localizada", disse à data Nyusi.
Entre o afável e o incendiário, Dhlakama era uma figura controversa. "Se não gostarem de mim, depois de cinco anos, podem-me mandar embora, porque não vou matar ninguém", disse o líder da Renamo num comício no centro do país em 2014, respondendo desta forma aos críticos que o acusavam de recorrer à violência para fazer vingar os seus pontos de vista na política de se comportar como "dono" da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que dirigia desde os 23 anos.
Afonso Macacho Marceta Dhlakama nasceu a 1 de janeiro de 1953 e estava há mais de 40 anos na liderança da Renamo. Em 1974, com o fim da guerra colonial, o político e militar ingressou na Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), tendo acabado por abandonar esse movimento para se tornar, dois anos depois, um dos fundadores da RNM (Resistência Nacional de Moçambique), um movimento armado. Após a morte de André Matsangaíssa em combate e depois de uma luta pela sucessão, Dhlakama assume a liderança do movimento que passa a ser designado por Renamo.
Depois de uma guerra civil de 16 anos, Dhlakama assina um acordo de paz com o então presidente do país, Joaquim Chissano, líder da Frelimo, a 4 de outubro de 1992, em Roma, Itália.
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