Moeda moçambicana ganha oito meticais face ao euro em três meses

A última semana foi uma das de maior valorização da moeda moçambicana: em termos médios, o euro foi comprado no país a 68,02 meticais, 97 centavos de metical mais barato que na semana anterior.

A moeda moçambicana valorizou-se cerca de oito meticais face ao euro nos últimos três meses, desde que inverteu a tendência de queda, segundo a média das taxas de câmbio diárias do banco central, seguidas pela Lusa.

A última semana foi uma das de maior valorização: em termos médios, o euro foi comprado no país a 68,02 meticais, 97 centavos de metical mais barato que na semana anterior. A venda foi feita a 69,36 meticais por cada euro, menos 99 centavos de metical.

A média diária da cotação de compra do euro variou entre 67,82 e 68,38 meticais, enquanto a cotação de venda oscilou entre 69,16 e 69,73 meticais. Já em relação ao dólar, a moeda moçambicana manteve-se quase inalterada na última semana. A divisa dos EUA é a moeda que serve de base de cálculo às taxas de câmbio de referência para outras moedas em Moçambique.

Durante a última semana, a moeda foi comprada no país a 58,72 meticais, quatro centavos de metical mais barata que na semana anterior. A venda foi feita a 59,87 meticais por cada dólar, menos seis centavos de metical. A média diária da cotação de compra do dólar americano variou entre 58,71 e 58,74 meticais, enquanto a cotação de venda oscilou entre 59,80 e 59,89 meticais.

Taxas de câmbio médias de referência do euro em meticais:

Euro…compra…venda

22/jun…..68,38…..69,73

21/jun…..67,82…..69,16

20/jun…..67,94…..69,29

19/jun…..67,88…..69,22

18/jun…..68,08…..69,41

média…..68,02…..69,36

Taxas de câmbio médias de referência do dólar americano em meticais:

USD…compra…venda

22/jun…..58,73…..59,89

21/jun…..58,71…..59,8

20/jun…..58,71…..59,87

19/jun…..58,72…..59,88

18/jun…..58,74…..59,89

média…..58,72…..59,87

fonte: Banco de Moçambique

Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique investiga desvio de 255 mil euros


Entre os suspeitos do desvio de 225 mil euros encontram-se atuais e antigos gestores dos Serviços Provinciais de Migração da Cidade de Maputo, em Moçambique.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) está a investigar o desvio de 17,5 milhões de meticais (255 mil euros) dos Serviços Provinciais de Migração da Cidade de Maputo, escreve esta quarta-feira o diário Notícias de Maputo.

O GCCC, integrado na Procuradoria-Geral da República de Moçambique, está a interrogar os principais suspeitos de envolvimento no caso e poderá deduzir acusação definitiva nos próximos dias, adianta o jornal. Entre os suspeitos encontram-se atuais e antigos gestores da instituição.

O dinheiro desviado era parte de um montante de 48,7 milhões de meticais de receitas (710,3 mil euros) cobradas pelos serviços em março de 2017. O desvio da verba foi detetada quando o Serviço Nacional de Migração se preparava para enviar a receita para o tesouro do Estado.

Banco de Moçambique reduz taxa de juro de política monetária

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa MIMO, um valor de referência diário aplicável às operações efetuadas entre os bancos comerciais e o banco central.

A taxa MIMO é um valor de referência diário aplicável às operações efetuadas entre os bancos comerciais e o banco central. “A manutenção da estabilidade da inflação e das projeções de médio prazo, que continuam a apontar para um nível em torno de um dígito, permite que o CPMO prossiga com o ciclo de redução das taxas de juro iniciado em abril de 2017”, justifica Rogério Zandamela, governador do banco central, no comunicado divulgado após uma reunião do comité.

A informação referente a maio indica que a inflação homóloga, “medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Moçambique, permanece baixa e estável, ao fixar-se em 3,26%, após 2,33% em abril e perante 20,45% em maio de 2017”, lê-se no documento. Ainda assim, “persistem riscos diversos e que exigem prudência na condução da política monetária”, acrescenta Rogério Zandamela.

A nível interno, o banco central considera que se mantém “o risco associado à sustentabilidade da dívida pública, bem como as incertezas quanto à evolução dos preços dos bens administrados”. O défice público agravou-se, de acordo com dados das contas públicas referentes ao primeiro trimestre de 2018, “impondo maior pressão para o financiamento interno”, segundo o comunicado.

Na componente externa, de acordo com o banco central, “destacam-se os riscos associados à tensão comercial entre as principais economias, bem como à volatilidade do dólar norte-americano e dos preços das ‘commodities’ no mercado internacional, com realce para o preço do petróleo”.

Adicionalmente, na reunião desta segunda-feira, o Banco de Moçambique manteve a taxa da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 18,00%, assim como os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional em 14,00% e em moeda estrangeira em 22,00%, tendo reduzido a taxa da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) em 50 pontos base, para 12,00%.

As taxas de juro a retalho “reagem timidamente à queda da taxa MIMO”, acrescenta Zandamela no comunicado de hoje. Por outro lado, “o crédito ao setor privado continua estagnado, num ambiente de contínuo aumento do endividamento público interno”.

“A taxa de juro média a retalho, com prazo de um ano, registou uma redução de 3,2 pontos percentuais, para 28,69% em abril, comparativamente a dezembro último”, sublinha.

O saldo de reservas internacionais cresceu para 3.235 milhões de dólares (2.783 milhões de euros), “montante suficiente para cobrir cerca de sete meses de importação de bens e serviços, excluindo as transações dos grandes projetos”. A próxima reunião do CPMO está marcada para 30 de agosto.

Táxi avança sobre multidão em Moscovo, causando oito feridos

Na capital russa, onde decorrem alguns jogos do Mundial de futebol, um táxi feriu pelo menos oito pessoas. O condutor já foi detido. Fontes locais dizem que "poderia estar alcoolizado".

Um táxi avançou sobre uma multidão este sábado em Moscovo, tendo provocado pelo menos oito feridos numa cidade que é, por estes dias, um dos grandes palcos do Mundial de futebol. 

Alguns dos feridos serão adeptos da seleção do México. A agência de notícia Interfax cita uma fonte que diz que o condutor — que tentou fugir depois de sair do veículo — “poderia estar alcoolizado”. Mas, segundo a Reuters, o autor do atropelamento terá alegado que adormeceu ao volante antes do incidente.

Segundo a agência noticiosa TASS, o condutor do veículo já foi detido pela polícia. Inicialmente, não foi é totalmente claro se tratava de um acidente ou de uma tentativa de atropelamento, mas fontes da polícia disseram desde logo que o mais provável era que o condutor tenha perdido o controlo do veículo.

A autoridade de trânsito da cidade revelou que o condutor tinha uma carta de condução emitida no Quirguistão, Ásia. As fotografias já disponibilizadas por esta autoridade russa mostram um táxi amarelo sem pára-choques parado perto de um sinal de trânsito, que o taxista poderá ter derrubado. O condutor terá dito às autoridades que “não fez de propósito”.

O atropelamento deste sábado alarmou alguns fãs de futebol que temem que aconteçam atentados terroristas na Rússia. Antes do Mundial, o Departamento de Estado norte-americano alertou os cidadãos do país para esse perigo. “Eventos internacionais de grande escala como o Mundial de Futebol são um alvo atrativo para terroristas. Apesar da segurança para o Mundial ser extensa, os terroristas podem procurar atacar estádios, zonas turísticas, locais de transporte dos fãs de futebol e outros espaços públicos”, avisavam os EUA.

Antes do início do Mundial, um grupo de apoiantes do auto-proclamado Estado Islâmico divulgou um vídeo com ameaças de ataques terroristas durante o evento, noticiou a revista Sábado. As imagens mostram imagens de um drone a sobrevoar Sochi — onde Portugal disputou o primeiro jogo do Mundial, esta sexta-feira — e uma animação em vídeo com explosões que destroem o complexo desportivo.

Secretário-geral da Renamo diz que as negociações de paz em Moçambique estão a fluir

O secretário-geral da Renamo disse esta quinta-feira que o diálogo de paz com o Governo "está a fluir", pois acredita que se mantém o compromisso com os ideais do falecido presidente.

“O diálogo com o Presidente moçambicano está a fluir. É verdade que é um processo complexo e que exige calma e paciência, mas o processo está a andar”, declarou Manuel Bissopo, citado esta quinta-feira pelo canal privado STV, sem avançar mais detalhes sobre o processo.

Segundo Bissopo, a mudança do líder interino da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, para a Serra da Gorongosa é uma demonstração de compromisso com a paz. “É uma demonstração clara de que somos fiéis àquilo que o nosso comandante em chefe decidiu: trégua sem limites, paz e estabilidade do país”, acrescentou Bissopo.

Ossufo Momade vai habitar a mesma base onde residiu, de finais de 2015 até morrer, a 03 de maio, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama. A deslocação do líder interino da Renamo foi anunciada no início de mês pelo porta-voz do órgão máximo daquele que é o principal partido da oposição em Moçambique.

Afonso Dhlakama morreu devido a complicações de saúde na Serra da Gorongosa, numa altura em que tanto ele como o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, davam sinais de estar perto de um entendimento para a paz, num compromisso que tanto Nyusi como a Renamo já disseram manter.

Além da descentralização de poder, tema em que as partes já encontraram consensos e têm um documento para revisão da Constituição a ser analisado pela Assembleia da República, as negociações entre a Renamo e o Governo moçambicano têm como segundo ponto a desmilitarização, desmobilização e reintegração do braço armado do partido de oposição.

PR moçambicano promulga revisão pontual da Constituição sobre descentralização


revisão constitucional foi aprovada no final de maio pelo parlamento moçambicano e prevê que os presidentes de municípios passem a ser eleitos como cabeças de lista às assembleias municipais

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, promulgou e mandou publicar esta segunda-feira a revisão pontual da Constituição que resulta dos acordos com a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) para descentralização do poder. A promulgação foi anunciada em comunicado pela Presidência da República.

A revisão constitucional aprovada no final de maio pelo parlamento prevê que os presidentes de municípios passem a ser eleitos como cabeças de lista às assembleias municipais já a partir das eleições de 10 de outubro deste ano, deixando de ser sufragados individualmente em boletim de voto próprio, como se verificava desde as primeiras eleições autárquicas, em 1998.

Os líderes das autarquias vão passar a ser eleitos da mesma forma que os governadores provinciais e administradores distritais – que, segundo a revisão constitucional, passam a ser eleitos, em vez de serem nomeados pelo poder central.

A eleição dos governadores vai acontecer já a partir das eleições gerais de 15 de outubro de 2019, enquanto os administradores vão ser escolhidos a partir de 2024.

A revisão pontual da Constituição vai ainda obrigar a rever um conjunto de leis que vão ser debatidas nos dias 21 e 22 de junho em sessão extraordinária do parlamento moçambicano.

Criado comando operativo para norte de cabo Delgado


ONuma ação liderada pelo Ministro do Interior, Basílio Monteiro, acaba de ser instalado o reforço do comando operacional das Forças de Defesa e Segurança, dirigido por oficiais ao mais alto nível, nos distritos de Macomia e Quissanga, província de Cabo Delgado, onde têm ocorrido ações armadas levadas a cabo por pseudo jihadistas.


Segundo o Ministro do Interior, a instalação do comando operativo surge depois de uma análise da situação operativa no terreno, com as Forças de Defesa e Segurança, e foram identificadas algumas linhas de fraqueza e a aposta foi nos pontos fortes que caracterizam as operações que tinham sido iniciadas.


Basílio Monteiro assegurou que o comando operacional para Macomia e Quissanga está a funcionar deste este sábado, visando a reposição da ordem e a normalização da vida das populações.


O governante mostra-se optimista em relação aos resultados das operações de perseguição dos atacantes, tendo em conta a predisposição das populações locais em contribuir nesse sentido.


«A nossa presença, como Forças de Defesa e Segurança, é precisamente esta. Persegui-los até à exaustão, encontrá-los e tornar Mucujo, Quiterajo, Quissanga e qualquer ponto da província de Cabo Delgado livre da acção criminosa desses malfeitores», disse Basílio Monteiro, falando ao emissor provincial da Rádio Moçambique.


Apesar dos esforços das Forças de Defesa e Segurança em repor a ordem e tranquilidade, a situação de instabilidade ainda prevalece, com centenas de famílias a abandonar as suas zonas habituais de residência, à procura de refúgio.


Noutros casos, porém, algumas famílias estão empenhadas na reposição das suas habitações destruídas ou incendiadas pelos assassinos.

Este sábado, o Ministro do Interior interagiu com a população da aldeia de Namaluco, em Quissanga, atacada por homens armados na madrugada de quinta-feira, tendo sido decapitadas sete pessoas e incendiadas mais de 200 casas.

Lula assume candidatura presidencial no Brasil pelo Partido dos Trabalhadores


O ex-presidente do Brasil "Lula" da Silva, está preso há dois meses por corrupção, divulgou um manifesto em que assume uma candidatura pelo Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência do Brasil.

“É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República. Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana”, escreve o ex-presidente na sua página oficial, a partir da cadeia em Curitiba.

O manifesto foi lido integralmente em público esta noite, em Minas Gerais, pela também ex-presidente Dilma Roussef, durante o lançamento da pré-candidatura de Lula às eleições de outubro.

No entanto, a candidatura do ex-líder sindical é uma hipótese remota, uma vez que as leis eleitorais brasileiras proibem condenados em segunda instância, como é o caso, de concorrer a qualquer cargo público.

O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, por corrupção e lavagem de dinheiro, num caso relacionado com o escândalo Lava Jato, encontrando-se a cumprir pena há dois meses, em Curitiba.

O PT mantém no entanto viva a esperança de uma candidatura presidencial de Lula, que aparece como favorito nas sondagens, pedindo a sua libertação, alegando que foi condenado injustamente. O partido lançou mesmo uma recolha de fundos para financiar a candidatura.

No manifesto, Lula volta a reclamar inocência. “Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum.

Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública”, refere.

“Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação”, diz Lula, que se apresenta como “preso político”.

O ex-sindicalista critica a política do atual Governo, que na sua opinião protege os poderosos, e garante que a sua eventual candidatura representa a esperança num Brasil melhor.

“Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e proteção da lei. Um país em que todo trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica”.

Amnistia Internacional quer medidas de Moçambique contra grupos armados

A Amnistia Internacional apelou às autoridades de Moçambique para que tomem medidas para pôr fim à vaga de ataques mortais de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país.

A Amnistia Internacional apelou às autoridades de Moçambique para que tomem medidas para pôr fim à vaga de ataques mortais de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país. “As autoridades moçambicanas devem tomar medidas imediatas”, incluindo “o reforço de medidas de segurança para proteger a vida dos residentes”, refere a organização num comunicado divulgado na quinta-feira.

A AI defende ainda a realização de “investigações para julgar os responsáveis” dos grupos que atuam sem motivações políticas ou lideranças conhecidas e sem terem feito quaisquer reivindicações. A situação está a criar um número crescente de deslocados internos, pessoas em fuga das suas casas, devido ao medo provocado pelos ataques, alerta a organização de direitos humanos.

Muitas famílias procuraram refúgio na Ilha do Ibo, acrescenta. A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tem sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

Moçambique coloca três portagens em via estrutural no centro do país

O Estado moçambicano vai cobrar portagens em três troços da renovada estrada nacional 6, via estrutural que atravessa o país, da cidade da Beira à fronteira com o Zimbabué, anunciaram as autoridades.

O Estado moçambicano vai cobrar portagens em três troços da renovada estrada nacional 6, via estrutural que atravessa o país da cidade da Beira, na costa do Índico, à fronteira com o Zimbabué, anunciaram as autoridades.  O Fundo de Estradas tem “luz verde” para cobrar valores ainda por definir em três praças de portagem, refere fonte do Conselho de Ministros citada esta quarta-feira pelo jornal Notícias

A estrada nacional 6 tem cerca de 300 quilómetros de extensão e, além de servir o interior de Moçambique, é também uma das principais vias de ligação de países sem acesso ao mar (Zimbabué, Zâmbia, Malaui, Botsuana e zonas da República Democrática do Congo) ao porto da Beira que faz a ligação ao oceano Índico.

A estrada está a ser beneficiada desde 2015 por um empreiteiro chinês e é uma via por onde passam, sobretudo, combustíveis, carvão, madeira e excedentes de produção agrícola. As obras estão na reta final, estimando-se que sejam concluídas este ano.


FMI aponta contenção da dívida pública como um dos principais desafios de Moçambique

O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique considera fundamental que as negociações com os credores tragam resultados num futuro próximo.

"É preciso trazer a dívida pública para uma trajetória sustentável. O ‘stock’ da dívida pública moçambicana é muito superior à média da SADC (Comunidade de Países da África Austra)”, alertou Ari Aisen, falando durante a apresentação, em Maputo, do último relatório do FMI sobre as perspetivas económicas para a África Subsariana. 

O documento, lançado no início de maio, indica que a dívida pública moçambicana atingiu 110,1 % do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, estimando-se que continue a subir até 130,3% do PIB do país em 2022.

Para o representante do FMI em Moçambique, o facto de o Governo moçambicano estar a negociar uma restruturação com os credores é positivo, mas é necessário garantir que o processo apresente resultados rapidamente.

”Vamos ter de aguardar para ver o desenvolvimento destas discussões. Temos de ver se há possibilidade de chegar a uma restruturação que traga a posição da dívida para um patamar mais sustentável num futuro próximo”, acrescentou Ari Aisen.

O Governo moçambicano propôs em março um perdão de 50% dos juros em atraso, ou seja, 124,5 de 249 milhões de dólares, e três opções de reestruturação que alargam os prazos de pagamento.

As organizações da sociedade civil moçambicana e partidos políticos da oposição têm vindo a acusar o Governo de falta de transparência e de uma gestão fraudulenta do processo. Em causa está um rombo nas contas públicas de Moçambique, que nasceu em 2013 e 2014.

Três empresas públicas com negócios de fachada, segundo uma auditoria internacional, contraíram dívidas de cerca de dois mil milhões de dólares (cerca de um oitavo do PIB do país, à data) com base em garantias do Estado assinadas à revelia da lei, das autoridades e dos parceiros, naquele que ficou conhecido como o escândalo das dívidas ocultas.

Apesar da insustentabilidade da dívida pública, Ari Aisen disse que “há boas notícias” para Moçambique, destacando melhorias no ambiente político-militar, com a situação de paz que o país vive após confrontações militares entre as forças governamentais e o braço armado do maior partido de oposição.

“A inflação baixou consideravelmente, isto é um grande ganho para a economia, as reservas internacionais aumentaram e a taxa de câmbios se estabilizou. Isto cria espaço para que outros indicadores melhorem”, observou Ari Aisen, avisando, no entanto, que os desafios persistem.

“A questão essencial agora é descobrir como criar um ambiente de negócios que permita ao setor privado investir mais e fazer a economia crescer”, observou o representante do FMI, sugerindo a adoção de taxas de juro mais baixas e políticas mais simples para estimular investimentos.

Suspeitos de ataques a civis em Moçambique abatidos pelas autoridades

Oito dos suspeitos de terem levado a cabo série de decapitações no norte do país foram abatidos pelas autoridades moçambicanas numa operação de contra-ataque.

As forças de defesa e segurança de Moçambique abateram alguns dos supostos membros dos grupos armados que têm atacado a população, no norte do país, de acordo com um canal de televisão e fontes ouvidas este sábado pela Lusa.

O canal de televisão STV anunciou este sábado que oito suspeitos terão sido mortos pelas autoridades durante uma operação nas matas da província de Cabo Delgado, junto a uma das aldeias onde, no domingo, foram decapitadas 10 pessoas.

Outras fontes contactadas este sábado pela Lusa no distrito de Palma falam também de um contra-ataque das autoridades que terão encontrado os suspeitos enquanto estes preparavam comida, no meio de uma floresta em Quissengue, posto administrativo de Olumbi, sem especificar quantos seriam ou quantos terão sido abatidos.

As mesmas fontes indicam que os membros das forças de defesa e segurança terão sido apoiados nas operações por residentes.

Segundo a STV, os supostos agressores terão sido abatidos na sexta-feira, depois de mais uma pessoa ter sido decapitada, na quinta-feira, na povoação de Muti, no mesmo distrito.

Juntamente com os suspeitos terão sido descobertas catanas e uma metralhadora AK-47, além de comida e de um passaporte tanzaniano, acrescentou o canal.

Os agressores estariam junto a um rio quando foram descobertos e abatidos, sendo que já noutras ocasiões terão sido detetados junto a cursos de água, adiantou ainda a STV, que disse ter obtido a informação junto de membros das forças de defesa e segurança.

Entretanto, o governo provincial de Cabo Delgado permitiu a reabertura de três mesquitas em Pemba, capital da província, depois de terem sido encerradas no final de 2017 por indícios de ligação aos grupos armados que atacam a região.

A reabertura foi permitida depois de os líderes das respetivas mesquitas se terem distanciado dos movimentos radicais suspeitos, de acordo com a edição de hoje do jornal Notícias.

A vila de Mocímboa da Praia e povoações do meio rural da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, têm sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Dez pessoas foram decapitadas no domingo, depois de terem sido intercetadas em duas aldeias remotas, sem eletricidade, nem infraestruturas.

Um estudo divulgado em maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a norte, como algumas das raízes da violência.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

Tribunal nega liberdade provisória a Manuel Chang

Sagra Subroyen acaba de anunciar que a justiça recusa o pedido de liberdade provisória ao ex-ministro moçambicano. A juíza diz que é um ...